TEORIA, MÉTODOS, IDENTIDADES E SEXUALIDADES DISSIDENTES NA IMPRENSA DOS ANOS 1980 (BELÉM-PA)

Pedro Antonio de Brito Neto
Mestrando do Programa de Pós-graduação em História Social da Amazônia (PPHIST), da Universidade Federal do Pará (UFPA); bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), tendo como orientador(a) a professora Dra. Cristina Donza Cancela.

Resumo:

Esta comunicação parte da disciplina Teoria e Metodologia da História, em que são associo as teorias e métodos que o historiador deve exercer durante o processo de escrita e construção da narrativa histórica com as fontes da imprensa paraense, prezando pelas notícias policiais, cujo estreitamento são histórias sobre violência na Praça da República envolvendo homossexuais e travestis.

Palavras-chave: imprensa paraense; narrativa histórica; violência; Praça da República.



Comentários

  1. Que texto maravilhoso e necessário!

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  2. Olá, Pedro Antonio, parabéns pelo texto e pela pesquisa.
    Uma coisa que me chamou a atenção nesses casos que você aborda é a forma como os discursos jornalísticos contribuíam para naturalizar e até mesmo reforçar a violência cotidiana à comunidade LGBTQIA+. Neste sentido, gostaria que você comentasse sobre o papel da imprensa na atualidade, sobretudo as abordagens dos programas policiais, a respeito dessa mesma questão.
    Sucesso na sua pesquisa!
    José Rodrigo de Araújo Silva

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    1. Olá, Rodrigo. Obrigado pelo comentário.

      Então... a imprensa policial que você se refere segue um modelo estabelecido, mas que se encontra ultrapassado, pois fere a dignidade humana. É uma imprensa que utiliza das mesmas técnicas de jornais da década de 1980, seguindo a lógica capitalista, objetivando seu conteúdo para as massas. É um jornalismo popular de segmento sensacionalista “que privilegia a superexposição da violência por intermédio da cobertura policial e da publicação de fatos considerados chocantes, distorcidos, usando uma linguagem que não raras vezes apela a gírias, palavrões, e inclui no seu repertório expressões de fácil entendimento para os grupos populares (BARBOSA; ENNE, 2018, p. 68).

      A imprensa, de forma geral, de acordo com o Art. 1 do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiro “tem como o base direito fundamental do cidadão à informação, que abrange seu o direito de informar, de ser informado e de ter acesso à informação”. E, o parágrafo II, confirma que “a produção e a divulgação da informação devem se pautar pela veracidade dos fatos e ter por finalidade o interesse público;”. Deste modo, seguindo os interesses do seu público, a imprensa tende a estabelecer uma competição mercadológica com outros jornais, que possuem públicos diversos, de outras classes sociais. Por consequência, age manipulando essas massas, aproveitando-se do poder de compra do público-leitor e da manobrável consciência social para operar as opiniões e gerar mais lucro ao seu negócio. Apesar do Art. 6, parágrafo XI, guiar o jornalista para a defesa dos “direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, dos adolescentes, das mulheres, dos idosos, dos negros e das minorias;” e o parágrafo XIV, reiterar o combate “a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza.”. Ainda são visualizados, em boa parte da imprensa, práticas que ferem os direitos constitucionais e legais do cidadão brasileiro.

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  3. Olá, parabéns pelo artigo.

    Na página 6, no trecho "[...] A travesti é uma mulher transgênero, mas nem toda mulher trans é uma travesti, pois difere as razões políticas, identitárias, e alianças coletivas, visto que as travestis possuem opressões em comum. [...]" gostaria de saber se essas razões políticas estariam relacionadas ao contexto latino? Já que, se não me engano, a identidade travesti é uma identidade de origem latina-americana?

    Desde já, agradeço a atenção.
    Sthefany Melissa Silva Pinheiro.

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