O FEMININO NA IDADE MÉDIA FRANCESA

Liliane Rodrigues de Araújo
Graduada em História
Universidade Estadual de Goiás (UEG)
htt://lates.cnpq.br/6293891250604717
lilianerodriguesaraujohistoria@gmail.com

Simone Luz da Silva
Graduada em História
htt://lates.cnpq.br/3531724274554163
simoneluz.sigma@hotmail.com

Resumo:

Neste trabalho abordaremos acerca da história das mulheres discutida através da questão de gênero 3, pretendendo demonstrar a cultura de dominação e opressão que existia sobre as mulheres no período medieval. Neste contexto analisaremos os hábitos, costumes e o florescimento de um modelo intelectual e literário, além de examinarmos as condições e o papel social da mulher da época e a influência que a Igreja exercia no seu modo de vida, e apresentaremos como era as relações entre os sexos no meio familiar, a participação do sexo feminino na vida privada e pública e como eram vistas tanto pela sociedade quanto pela Igreja Católica e o empenho delas em querer construir sua própria história.

Palavras-Chave: Mulher. Imaginário. Igreja Católica.


Comentários

  1. Antes de mais nada, gostaria de cumprimentar pela iniciativa deste texto. Gostaria também de compartilhar alguns questionamentos que o mesmo me suscitou.

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  2. Com efeito, é muito interessante como a existência político-cultural da mulher na História já é relegada à coadjuvância, ou ao esquecimento mesmo, desde nossos Ensinos Fundamental e Médio. Como graduado em História e doutorando em Ciência da Religião (UFJF), dedicando-me a realidades culturais hindus e já tendo realizado uma Comunicação sobre a mulher hindu sob determinada perspectiva metodológico-textual, sinto muito esta ausência da questão feminina como protagonista nas mais diversas áreas das Humanidades. O tempo e o espaço delineados por Vas. Sras. neste texto me sugerem, para além das mulheres citadas na nota de rodapé nº 6, uma figura feminina medieval incrível, de forte impacto político e religioso, inclusive no âmbito textual, i.e. Catarina de Siena, dominicana determinante nos rumos da cúpula papal no século XIV, influente no episódio conhecido como Cisma do Ocidente. A inspiração de sua religiosidade conjugada com sua atuação política dentre príncipes europeus da época ainda se fazem sentir, tal como a trajetória histórica de Joana d’Arc.

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  3. Tendo em vista o impacto político feminino observado, entre outros espaços e tempos na História da humanidade, eu gostaria de compartilhar uma reflexão no mínimo provocativa: até que ponto Vas. Sras. acreditam que a mulher, sob a égide do chamado empoderamento na conquista de um poder político, seja em que esfera for, estaria condicionada a reproduzir as mesmas dinâmicas maquiavelianas (no sentido técnico, não pejorativo do termo) irrevogavelmente inerentes aos processos históricos...???? Haveria um horizonte inusitado do feminino na conquista e manutenção de um poder político, ou a questão de gênero, vista sob as mais variadas perspectivas historiográficas, não modifica tão radicalmente as coordenadas de ação política já observadas em diferentes contextos históricos até aqui, majoritariamente conduzidas por homens...???? Já existem trabalhos acadêmicos que pesquisam o feminino no lugar de poder...???? Acredito que, para a promoção de um diálogo frutífero para reflexões acadêmicas historiográficas, algumas reflexões trazem perspectivas interessantes...

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  4. Sabe-se que no período medieval a mulher era vista em condição de inferioridade em relação ao homem. contudo ela teve papel importante na história. Diante este contexto quais os papéis sociais exercidos pelas mulheres na Idade Média?

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    1. Olá, obrigada pela leitura do meu trabalho e comentário!

      As mulheres medievais desempenharam papeis em funções domésticas, serventes e em certas ocasiões se tornavam prostitutas. Já relacionado aos cargos públicos, políticos e administrativos não podiam ser ocupados pelas mesmas, somente pelos homens. Contudo algumas mulheres de diferentes classes sociais se destacaram na sociedade medieval como na guerra, comercio e religião.

      Att: Liliane Rodrigues de Araújo

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  5. De onde surgiu seu interesse em falar sobre a mulher medieval?

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    1. Olá, obrigada pela leitura do meu trabalho e comentário!

      O interesse pelas mulheres medieval surgiu após uma pesquisa de atividade proposta pela faculdade no qual foram analisados alguns livros didáticos de historia de algumas escolas, no qual se percebeu a falta de conteúdo sobre as mesmas e que o pouco que retrata sobre elas nos livros, são apresentados de forma discriminatória e estereotipada. Sem contar que são somente representadas no espaço domestico e sendo submissas ao homem, não sendo destacado seus feitos históricos tanto na politica quanto no contexto social.

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  6. A personagem Joana D'arc citada por você, apresentava virtudes religiosas, porém enfrentou a intolerância daquele tempo. Assim sendo, o que a levou a sofrer diante a inquisição do Santo Ofício?

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    1. Olá, obrigada pela leitura e comentário sobre meu trabalho!

      A personagem histórica Joana D'arc fora uma jovem que teve sua vida envolvida por visões sobrenaturais que a levou a tornar-se uma guerreira comandando o exercito francês contra os ingleses. A mesma enfrentou também o Estado e a Igreja que determinava um pensamento de repulsa e medo no imaginário social daquela época. Nesse contexto procuraram meios de condena-la, acusando-a de heresia, bruxaria e a incriminaram também de não se submeter as decisões da igreja, por vestir como homem, por ser uma mulher comandando um exercito de homens, entre outros fatos.

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  7. Adorei seu texto Liliane.
    Gostaria de saber a sua opinião sobre a importância da heroína Joana D'arc para a construção de pesquisas envolvendo figuras femininas dentro da historiografia.

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    1. Olá, obrigado pela leitura do meu trabalho e comentário!


      Dentre as mulheres da idade média Joana D'arc foi uma das que se destacou no campo político e religioso e enfrentou a sociedade da época que ditava o que a mulher podia e devia fazer. Neste contexto a imagem de Joana D'ac é importante para a construção de novos trabalhos envolvendo figuras femininas na historiografia por que sua trajetória contribui para desmitificar a visão discriminatória e estereotipada que passou a existir em relação as mulheres, promovendo assim práticas discursivas de valorização do papel da mulher e de inserção em um novo contexto histórico de representação social e colaborar com a construção/reconstrução positiva da identidade feminina na história.

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  8. Que texto incrível, gostaria de saber como se deu as lutas constates das mulheres em busca pelo seu espaço e liberdade no decorrer da história?
    Maria Karoline Campelo Bezerra

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    1. Olá, obrigada pela leitura do meu trabalho e comentário!

      Ao longo da história as mulheres foram mal vistas, depreciadas e sofreram limitações não podendo ocupar o espaço publico, o saber, o político e administrativo. E as que eram desobedientes eram punidas. Contudo ao longo do tempo as mulheres entraram em conflito contra a sociedade e a doutrina determinada pela a igreja católica, tendo como interesse acabar com a dominação provocada pela igreja e sociedade e para criar seu espaço e sua própria identidade na politica, no meio social e no mio familiar.

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  9. Boa tarde, Liliane e Simone. Partindo do seu texto, me lembrei de um trabalho que escrevi sobre casamento e divórcio em que discuto um pouco sobre a venda de esposas, hábito da sociedade inglesa dos séculos XVIII e XIX, que Edward P. Thompson abordou no livro Costumes em Comum. Tais práticas, inicialmente, foram consideradas bárbaras e desonrantes para o casal que participava do processo, principalmente para a mulher que estava sujeita à venda. O costume estava atrelado a uma rede de signos e símbolos no qual a mulher era levada à um lugar público, geralmente um mercado, amarrada com uma corda em seu pescoço ou cintura, para depois ser leiloada pelo suposto marido àquele que desse o melhor lance.

    O costume em comum desenvolveu novos significados para a classe pobre e popular da Inglaterra. Por mais que o divórcio fosse permitido na sociedade, somente um grupo abastado tinha esse poder. Logo, os que não estavam em condições de promover um processo de separação na Câmara dos Lordes encontraram na venda de esposas o seu próprio divórcio, como também o seu novo matrimônio. Digo isso, pois na maioria dos casos investigados por Thompson (1998) a mulher era vendida ao amante, ou seja, as relações extraconjugais se perfaziam antes mesmo do processo que levava à venda.

    Partindo disso, vocês consideram que esse costume se inseria na citação de Macedo (2002, p. 43): “comprometidas com o comércio às mulheres se envolveram em operações financeiras de todo gênero”, nesse caso, leiloando-se?

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  11. Você acredita que a perseguição da igreja contra as mulheres era a mesma independente da classe social em que se encontravam? Ou seja, se dependendo do grupo social as mulheres podiam exercer de forma mais contundente suas liberdades individuais.

    MARIA CRISTINA HASS ZANONI

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Olá, obrigado pela leitura do meu trabalho e comentário!

      A igreja ia contra mulheres que de alguma forma haviam ferido as expectativas sociais, políticas ou religiosas. Contudo as mais perseguidas normalmente era as da classe social mais humilde. Nós temos como exemplo a personagem histórica Joana D'arc que eu cito no trabalho que era uma simples camponesa que sofreu diante a inquisição.

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