CIDADE, ESPAÇO E SAGRADO SOB O PRINCIPADO: O CASO DE CORINTO SEGUNDO PAUSÂNIAS, EM ‘DESCRIÇÃO DA GRÉCIA’

Camila Sartório Sfalsin
Graduanda em História pela Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, atualmente membro do Laboratório de Estudos sobre o Império Romano, seção ES - LEIR/ES, e desenvolvo subprojeto de pesquisa do Programa Institucional de Iniciação Científica da Universidade Federal do Espírito Santo, sob orientação do prof. Dr. Gilvan Ventura da Silva.


RESUMO

O presente trabalho é fruto de nosso segundo ano de iniciação científica, em que buscamos analisar a projeção do sagrado no espaço citadino de Corinto, e a experiência religiosa nos locais de culto. Para tanto, utilizamos como documentação textual o livro II de Descrição da Grécia, de Pausânias, e como aporte teórico os conceitos de espaço; cidade; e sagrado.

Palavras-chave: Pausânias. Espaço. Sagrado. Corinto.


Comentários

  1. Antes de mais nada, gostaria de cumprimentar pela iniciativa deste texto. Gostaria também de compartilhar alguns questionamentos que o mesmo me suscitou.

    Como poderíamos situar as percepções descritivas de Pausânias no limiar entre uma crítica analítica do objeto de pesquisa e observação dele (aqui, a realidade religiosa de Corinto), com o pertencimento cultural do próprio Pausânias, por sua vez intimamente e irrevogavelmente ligado às confessionalidades deste mesmo objeto de pesquisa e observação dele...????

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  2. Em algum momento Pausânias refere-se à religiosidade doméstica, dos lares coríntios, como contraposta a uma religião pública...???? Em algum momento o autor demonstra uma preocupação, dentro desta atmosfera de religiosidade citadina grega, com a noção de ‘kalokagathia’ (o belo e o bom), tal como no diálogo socrático de Xenofonte intitulado “Econômico”...????

    Na p. 7 Va. Sra. registra que “Pausânias, em sua obra, demonstra um vívido interesse pelos mínimos detalhes de qualquer evento ou monumento que captasse sua atenção, uma vez que a história acerca dos locais e costumes observados era para ele fundamental”. Em algum momento Pausânias refere-se à Guerra do Peloponeso, visto o envolvimento de Corinto num conflito tão marcante e definitivo neste passado que lhe (deveria) interessar tanto, ao qual a história de Corinto era factualmente tributária...????

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  3. A conclusão de que “o sagrado era inseparável da experiência citadina” (p. 8), conjugada com uma percepção de historicidade de Pausânias sobre Corinto, perceptível na maneira pela qual Va. Sra. aborda o capítulo II de ‘Descrição da Grécia’, me suscitou uma questão na relação estabelecida entre este texto e a metodologia de Mircea Eliade: em algum momento da supracitada narrativa, Pausânias comenta ou aponta para qualquer perspectiva da natureza do tempo atrelada à cultura religiosa da Corinto de sua época, i.e. se a temporalidade religiosa dos citadinos de Corinto seguia uma dinâmica cíclica – uma eterna repetição do tempo em ciclos periódicos, sem início nem fim, de modo que cada ciclo sempre retorne com regularidade e forma imutáveis, reproduzindo em todos os seus detalhes acontecimentais fatos ocorridos em ciclos anteriores, garantindo sempre a mesma fisiologia factual em todos os períodos previstos – ou linear – uma sequência acontecimental, com um início apenas e somente um fim dos tempos, na qual cada evento é único e jamais repetível em quaisquer de suas características, de modo que a dinâmica factual do tempo sempre seja inédita, negando, assim, a reversibilidade do tempo, constituindo uma linha contínua de permanente e omnipresente mudança de todos os aspectos viventes, constantemente condicionados a movimentos dialéticos –, concepções estas tão caras à análise do intelectual romeno supracitado...????

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Desde já agradeço pela atenção.

    Matheus Landau de Carvalho.

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