ANTIPETISMO: O DISCURSO E SUAS MATRIZES

Gilberto Dias de Abreu
Gilberto Dias de Abreu é licenciado em História, pela Universidade da
Amazônia (UNAMA), Belém (PA).

Resumo:

O presente artigo tem por finalidade analisar o antipetismo na rede social Facebook, tendo por base publicações de páginas/comunidades que defenderam e propagaram os ideais da extrema direita, objetivando compreender como estas retóricas contribuíram para as mobilizações sociais em prol do golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff.

Palavras-chave: Discurso antipetista; Fontes matriciais; Facebook; Dilma Rousseff. 


Comentários

  1. Parabéns pelo trabalho, principalmente considerando toda a dificuldade que é fazer história do tempo-presente, e ainda mais, por seu fazer sobre e na América Latina. Pergunto ao professor, porque dentre de tantos outros vetores de divulgação ideológica, escolheu a rede social facebook?

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  2. Boa tarde, Fernanda! Obrigado por comentar no meu trabalho. A escolha do Facebook como vetor do antipetismo, atrelado a proposta do artigo, se deu pelo fato desta rede social ter um papel fundamental, junto aos meios de comunicação tradicional, na disseminação de retóricas que buscavam difamar a imagem pública do Partido dos Trabalhadores e da própria Dilma. Este processo de fortalecimento desdes discursos, por meio das diferentes publicações, se dá deste os eventos de Junho de 2013, se fortificando desde então, corroborando assim para as mobilizações sociais em prol do golpe de 2016 que derrubou Dilma da presidência, e consequentemente, fortaleceu os ideais da direita brasileira no cenário político nacional.

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  3. Parabéns pelo artigo.

    Gostaria de saber se, além das três matrizes mencionadas no texto, que contribuiram para o fortalecimento do antipetismo (Misoginia, Comunismo/Corrupção e Impeachment), a criação de uma "caricatura salvadora" que recaiu sobre Sergio Moro, também pode ter contribuido para o antipetismo? Ou essa criação da imagem de "herói" foi uma consequência do antipetismo/impeachment de Dilma Rousseff e não uma causa em si?

    Desde já, agradeço a atenção.
    Sthefany Melissa Silva Pinheiro.

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    1. Boa noite, Sthefany! podemos afirmar que a criação do "paladino da justiça", ligado a figura de Sérgio Moro contribuiu e muito para Antipetismo, isto é reforçado quando discuto a Judicialização da Política no Artigo. A criação desta imagem de "herói" pode ser considerado mais como consequência do antipetismo, tendo em vista o uso político da Operação Lava Jato, que teve suas ações amenizadas pelos meios tradicionais e não tradicionais de comunicação, contribuindo para ampliar a ideia de que o referido juiz e toda a força tarefa da Lava Jato prestaram um serviço à nação, colocando os supostos responsáveis dos males de então na cadeia.
      Espero ter sanado sua duvida, no mais me coloco a disposição.
      Gilberto Dias de Abreu.

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  4. Boa tarde!
    Primeiramente, minhas saudações Gilberto Abreu!
    Excelente trabalho, bem esclarecedor, contemporâneo e reflexivo.
    Dito isso, com base na proposta de seu artigo, e no enfoque dado ao Antipetismo, como você o visualiza em contrapartida ao fenômeno denominado de Bolsonarismo? Tendo em vista, uma ordenação cronológica dos acontecimentos políticos ocorridos: Copa e eleições de 2014, Golpe de 2016 contra a ex-presidente Dilma, e o Governo Temer (2016-2018), ao assim pontuarmos. É claro, ao considerarmos a presença do próprio Bolsonaro nesses processos, em segundo plano, ainda não tão popularizado ou personalizado como representante direitista por determinados setores radicais/conservadores do Brasil.
    Desde já, o agradeço!
    At.te.,
    Maykon Albuquerque Lacerda
    Graduando em História - UEMA/Campus Caxias

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  5. Maycon, bom dia! Obrigado pela leitura de meu artigo, fico muito feliz em saber que você pode compreender e que minhas análises se mostraram esclarecedoras.
    Podemos afirmar que o Bolsonarismo, vem ganhando força desde os eventos de Junho de 2013, pois, apesar de Bolsonaro, naquele momento ser uma figura pouco conhecida, suas ideais radicais de extrema direita já eram propagadas com força nas redes sociais. Tendo isto em vista, podemos dizer que o antipetismo foi um dos fatores fundamentais para a fortificação do bolsonarismo, pois nas manifestações pró impedimento (2015-2016) já era possível visualizar os ideias do então deputado Federal presente nas retóricas dos grupos que ali se faziam presente. Junto a isto, a postura retórica de Bolsonaro no dia da votação do processo na Câmara - quando exalta a memória de um torturador da ditadura- seus seguidores e ideais ganham ainda mais força, corroborando com sua campanha presidencial em 2018, que levou a sua vitória com quase 10 milhões de votos de diferença do candidato petista Fernando Haddad.
    Caso vocé queira uma explicação mais ampla e detalhada sobre o bolsonarismo, indico a leitura do artigo da professora e socióloga Ether Solano Gelno - "A bolsonarização do Brasil"- presente no livro Democracia em risco? 22 ensaios sobre o Brasil de hoje.
    No mais, espero ter esclarecido sua indagação. De qualquer forma, me coloco a disposição.
    Atenciosamente, Gilberto Dias de Abreu.

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  6. Parabenizo pelo trabalho, principalmente por entender ser desafiador tratar do tema em questão seja pelo contexto historiográfico, tomando como base a história do tempo presente, combinado e agravado pela polaridade política atual.
    Mas gostaria de ouvir sua opinião, já que esse tema é super atual, quanto a outros possíveis fatores que foram utilizados e contribuíram de forma direta ou indireta para justificar o antipetismo no Séc. XXI. Pois, como é sabido, o antepetismo sempre existiu, mas a partir do segundo mandado do governo Lula assumiu outros contornos culminando com o Impeachment da Presidente Dilma. Assim na sua opinião, qual dessas outras matrizes influenciaram mais para o golpe de estado: descoberta do pré-sal; a Comissão da verdade; o desemprego; e o não fisiologismo político?
    Eder Rossato, doutorando - UEM/DHI/PPH

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  7. Parabenizo pelo trabalho, principalmente por entender ser desafiador tratar do tema em questão seja pelo contexto historiográfico, tomando como base a história do tempo presente, combinado e agravado pela polaridade política atual.
    Mas gostaria de ouvir sua opinião, já que esse tema é super atual, quanto a outros possíveis fatores que foram utilizados e contribuíram de forma direta ou indireta para justificar o antipetismo no Séc. XXI. Pois, como é sabido, o antepetismo sempre existiu, mas a partir do segundo mandado do governo Lula assumiu outros contornos culminando com o Impeachment da Presidente Dilma. Assim na sua opinião, qual dessas outras matrizes influenciaram mais para o golpe de estado: descoberta do pré-sal; a Comissão da verdade; o desemprego; e o não fisiologismo político?
    Eder Rossato - Doutorando em História/UEM/DHI/PPH

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    1. Muito bom dia, Eder! Agradeço por sua leitura e espero que tenha sido esclarecedora a você. Respondendo a suas indagação, as matrizes do antipetismo são variadas, além das três elaboradas para o artigo, outras que poderíamos considerar é a Religião, ligada ao neopentecostalismo; a questão da luta pela conversão da "moralidade" - em especial ligado às fake news sobre o kit gay nas escolas- dentre outras. Com relação a sua segunda indagação, posso afirmar que todos estes exemplos de matrizes citados contribuíram, cada um a sua maneira, para o Golpe de 2016. A CNV, por exemplo despertou um sentimento de revanchismo nos setores militares e saudosistas do Regime militar; o Pré-sal despetou o interesse internacional, em especial dos EUA, pelo golpe, quando a presidenta decidiu manter a soberania brasileira sobre esta descoberta. Enfim, podemos dizer que existem muitas questões ainda em aberto sobre este período da História recente.
      Espero ter, minimamente, elucidado suas indagação.
      Qualquer coisa, estou a disposição.
      Gilberto Dias de Abreu.

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  8. Parabéns pelo texto
    Gostaria de saber sobre o impactos
    das redes sociais no movimento político e a democracia?

    Eleilda Santos Carvalho

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  9. Boa noite, Eleida!
    Os impactos são diversos, podendo possuir caracteres positivos ou negativos. Pois, como foi afirmado no artigo, a rede social Facebook mostrou-se um importante vetor do antipetismo ligado às mobilização sociais. Neste sentido a relação das mídias sociais digitais com os movimentos políticos e a democracia são variados, podendo contribuir em intervenção e modificação positivas e/ou negativas no cenário político nacional.
    Espero ter sanado sua dúvida.
    Qualquer coisa, estou a disposição.
    Atenciosamente, Gilberto Dias de Abreu

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